quinta-feira, setembro 27, 2001

E Se...

E se um dia você acordasse e visse que o mundo não era como você imaginava?

Se descobrisse que o céu é vermelho, como se feito de fogo,
Que as nuvens são amarelas, como se pintadas a dedo,
E que os mares são negros, como se escurecidos pelo medo,
Será que mesmo assim você teria medo de viver?

Se percebesse que as pessoas ao seu redor são foscas,
Que os carros que passam nas ruas são lentos,
E que a palavra é a maior arma de todos os tempos,
Será que mesmo assim você teria medo de correr?

Se acreditasse que a vida não é mais do que um estágio,
Que os seus sentimentos não são feitos para serem desprezados
E que a dor da perda não é algo que ocupa pouco espaço,
Será que mesmo assim você teria medo de sofrer?

Se entendesse que a grama não é mais verde do outro lado,
Que os pássaros não cantam apenas quando enjaulados,
E que a liberdade é algo que precisa sempre ser conquistado,
Será que mesmo assim você teria medo de esquecer?

Se não ignorasse que é importante dizer o que se pensa sempre,
Que as oportunidades não surgem sem um motivo aparente,
E que se deve a todo custo procurar seguir em frente,
Será que mesmo assim você teria medo de enlouquecer?

Se não esquecesse que ter alguém ao lado é essencial,
Que, quando se gosta, ignorar pode ser fatal,
E que o amor à primeira vista é algo real,
Será que mesmo assim você teria medo de querer?

Se pensasse que vencer em tudo não é necessário,
Que ter amigos ao seu lado é ser por eles estimado,
E que sozinho não se passa por nenhum obstáculo,
Será que mesmo assim você teria medo de perder?

E se um dia você dormisse e o mundo acabasse como um nada?