quarta-feira, dezembro 26, 2001

Réquiem Para Uma Bela

Nos dias de chuva parece que sinto você aqui do meu lado. Sei que não devia ser assim, mas não consigo evitar. Parece besteira, já que, na verdade, nunca tive você de fato. Mas essa sensação me invade quando o tempo está assim. Talvez por você ter ido embora num dia como esse. Talvez por eu me sentir mais sozinho em dias como esse. Não sei ao certo.

O fato é que é tudo muito estranho. O céu cinzento me lembra você. As gotas batendo na janela me lembram você. Minha cama parece ter você. Só que aqui não tem ninguém, nem mesmo eu. Fico vagando pelo quarto escuro, fazendo dele meu mundo de poucos metros quadrados, como se não houvesse nada além disso para se viver. Às vezes me pergunto se realmente há, aliás. Tenho a impressão de que as coisas perderam um pouco do seu sentido real naquele dia que você partiu. E dói saber que eu não pude fazer nada para evitar.

Digo agora que ganhei uma sobrevida, que apenas me arrasto sem a perspectiva de melhoras. Se você pudesse ler isso, iria dizer que é besteira minha pensar assim. Provavelmente me daria um tapa no braço e diria que sou um bobo. Mas você não pode mais fazer isso, não é? E até disso eu sinto falta. E de você andando rápido pelas ruas como se fugisse de mim. E de você gritando pela janela do seu apartamento que o mundo era pequeno demais para nós dois. Só que o mundo foi pequeno demais para você, que resolveu partir e me deixar assim. Com essas incertezas e essa dor que parece não cessar.

Você destruiu seu mundo e levou o meu. Eu não merecia isso. Por causa do seu egoísmo, tenho agora uma sombra que me impede de seguir em frente, mesmo depois de tanto tempo. Você não imaginou que seria assim, eu sei. Achava que a decisão era sua e que não atingiria ninguém à sua volta. Ilusão. Se você visse como sigo desde então, talvez se arrependesse de ter feito o que fez. Agora é tarde.

Eu adoro dias de chuva. Mas hoje, mais do que nunca, eu odeio você.

domingo, dezembro 23, 2001

Amicitia Omnia Vincit

Eles se conheceram quando tinham por volta de 13 anos, ainda na sétima série. Foi durante uma aula de educação física. Jogo de futebol. Por não fazerem parte de nenhuma "panelinha", ficaram de fora das 3 primeiras partidas. Enquanto viam os demais garotos discutindo para ver que equipe jogaria sem camisa, começaram a conversar sobre amenidades da vida estudantil. O ano letivo iniciara-se há poucos meses e começava ali uma amizade que duraria por alguns anos.

Vinicius adorava desenhar e vivia fazendo caricaturas das pessoas com quem convivia. Daniel fazia teatro desde os 10 anos de idade e sonhava trabalhar na televisão. Em comum, o gosto pelo basquete e a aversão a matérias que envolviam números. Além disso, ambos eram muito tímidos, mal falavam com os colegas de classe. Nunca eram chamados para as festinhas de final de semana e nem participavam das brincadeiras que rolavam no recreio.

Durante as aulas, sentavam-se juntos, sempre no início da sala, já que a parte de trás era tomada pelos "populares" - aqueles que adoram fazer bagunça e acham que são o maior sucesso com as garotinhas por tirarem onda com a cara de todos e serem expulsos das aulas constantemente. Por conta disso, os dois começaram a ser considerados esquisitos pelos demais alunos. As garotas riam quando passavam; os garotos esbarravam caso ficassem no caminho, fingindo que nem sequer os viam.

Não demorou muito para que os comentários maldosos e típicos de crianças que começam a descobrir sua sexualidade surgissem. Logo os dois estavam sendo chamados de "viadinhos", "boiolas" e outros apelidos do gênero. Em princípio, tentaram ignorar o que era dito. Com os boatos se espalhando, porém, um incômodo foi crescendo e Vinicius sugeriu que se afastassem um pouco, o que Daniel aceitou prontamente.

Isso não durou mais do que um mês, pois como não falavam com mais ninguém, o isolamento foi inevitável. Retomaram a amizade e decidiram ignorar o que as pessoas diziam. Aos poucos os boatos foram sumindo, terminando de vez quando Vinicius começou a namorar, no ano seguinte, uma aluna nova no colégio. Essa relação, aliás, iria durar até o seu primeiro ano de faculdade, quando seriam separados por forças maiores do que a vontade de ambos.

Agora Daniel estava ali, em pé diante da cama do hospital, olhando seu amigo de infância deixando a vida sem que pudesse fazer qualquer coisa para evitar. Leucemia. Apesar de todo um ano de tratamento intensivo desde que se descobrira a doença, seu organismo parecia não ter uma reação mais efetiva. Na sala de espera, Juliana, a namorada de tantos anos, chorava copiosamente, abraçada à mãe de Vinicius. O pai, desesperado, fumava um cigarro atrás do outro, esperando algum milagre que revertesse a gravidade do quadro.

Lá dentro, Vinicius permanecia imóvel. Os tubos enfiados em suas vias respiratórias e o soro nas veias aumentavam a tristeza do ambiente. Seus cabelos ralos e seu rosto magro denunciavam que a batalha estava sendo perdida. Os olhos permaneciam fechados, como se estivessem em sono profundo. Daniel controlava-se para não chorar, ao mesmo tempo que sua mão pairava sobre a do companheiro. Apesar de muito abalado, não saía de seu lado. Estava no hospital há 4 dias, desde que uma parada respiratória levara Vinícius para lá.

Um médico chegou ao quarto. Em voz baixa, pediu que ele se retirasse dali, pois precisava fazer mais alguns exames. Daniel atendeu ao pedido, apesar de sentir que aqueles eram seus últimos momentos ao lado do amigo. Juliana abraçou-o com carinho. "Tudo vai ficar bem, você vai ver", falou ela sem a menor convicção. Ele olhou para os pais de Vinicius e reparou que já estavam desacreditados. Seus olhos encheram d'água. Não havia mais nada a fazer. Resolveu ir para casa e esperar pela notícia inevitável.

Ainda de madrugada, um telefonema rompeu o silêncio da casa. O choro de Juliana do outro lado da linha já dizia tudo. Levou as mãos à cabeça e se pôs a chorar também. Desligou o telefone e chamou um táxi. Não tinha condições de dirigir. O caminho pareceu durar muito mais do que deveria, o que só aumentava seu desespero. Assustado, o motorista até pensou em perguntar o que acontecera, mas desistiu logo. Levou seu passageiro até o hospital sem sequer trocar uma palavra.

Daniel juntou-se à família de Vinicius no quarto onde o amigo chegara ao seu fim. Juliana estava sentada em um canto, segurando um copo com água. Era visível que estava sob o efeito de calmantes. Ele foi até ela e segurou sua mão. "Por que logo ele?", perguntou a jovem. Daniel abraçou-a e choraram juntos por alguns minutos.

A comoção generalizada deu lugar ao desespero quando a mãe de Vinicius gritou seu nome e se debruçou sobre o corpo do filho. Daniel sentiu um aperto no coração, uma angústia inimaginável. Juliana abaixou a cabeça, cobrindo os olhos com as mãos. O médico pediu a todos que se retirassem do quarto, pois precisava tomar as últimas providências para a remoção do corpo.

A perda de um amigo, de um namorado, de um filho daquela maneira não seria jamais esquecida por quem com ele convivera. Daniel pediu transferência da faculdade de História e foi morar sozinho em uma cidade do interior. Juliana, após dois anos de terapia, conseguiu retomar seus estudos e estava prestes a se formar no curso de Relações Exteriores. Os pais, como não poderia deixar de ser, sentiram a ausência do filho dia após dia até o final de suas vidas.

Um pacto silencioso e honesto se consolidara após o último suspiro de Vinicius naquela madrugada de outono, e permaneceria acompanhando a todos ao longo dos anos que se seguiram, bem como a lembrança daquele rapaz que tanto ensinara com sua dor e com a perda da luta pela vida. Daquele dia em diante, acima de qualquer coisa, estar vivo tornar-se-ia motivo de felicidade e de esperança para eles.

Como deveria ser para todos que têm o prazer de acordar toda manhã e saber que ainda estão ali.

segunda-feira, dezembro 17, 2001

Para Entender Os Humanos

A noite começava a cair quando ela chegou à portaria de seu prédio. Esbaforida, adentrou a portaria e apertou o botão do elevador. 12º andar. Iria demorar alguns minutos para descer, e ela não podia esperar tanto. Tomou as escadas e subiu correndo até o seu apartamento no 8º andar.

Abriu a porta de casa e acendeu a luz. O apartamento ainda estava revirado. Papéis espalhados e roupas por todos os lados davam o tom caótico do local, assim como os objetos jogados ao chão e os vidros rachados que não a deixavam esquecer o que havia acontecido a poucas horas naquele mesmo local.

Deviam ser pouco mais de três da tarde quando a campainha tocou. Pelo pequeno orifício da porta pode ver quem se encontrava ali. Deu dois passos para trás e pensou se valia a pena abrir. Caminhou até a cozinha e pegou um copo d'água, enquanto a campanhia voltava a tocar. Aproximou-se da porta e, com uma calma surpreendente, abriu.

Olhou o relógio e viu que já se passavam das oito horas da noite. Pegou uma roupa qualquer no armário e entrou no chuveiro. Aprontou-se em pouco mais de 20 minutos. Reparou mais uma vez no apartamento todo desarrumado e teve ainda mais raiva do que havia acontecido. Porém, como estava com pressa, não podia perder tempo arrumando as coisas agora. Apagou a luz e fechou a porta.

Ele entrou rapidamente. Olhou-a nos olhos e disse que precisavam conversar. Ela continuou bebendo sua água, com certa indiferença ao que ouvia. Não conseguia abstrair, contudo, da tristeza que tomava conta da face daquele que um dia amara tanto. Num gesto desesperado, tentou pegar sua mão, e ela, arredia, esquivou-se. Mandou que se sentasse e colocou o copo na pia.

Enquanto descia no elevador, ia cantarolando baixinho a melodia de "My Funny Valentine". Sempre que estava triste colocava essa música para tocar, mas nem para isso ela tinha tempo agora. Já estava ficando tarde e iria acabar se atrasando ainda mais. Como era impossível esquecer aquele hábito, seguiu cantarolando até chegar à garagem e pegar seu carro.

Já fazia meia hora que ele estava ali, falando sem parar. Ela continuava apenas observando, pensando até quando aquilo iria durar. As lágrimas caíam compulsivamente dos olhos do rapaz, com ela permanecendo impassível diante de toda aquela cena.

As ruas livres eram um convite à direção perigosa. Ela acelerou seu carro, ultrapassando os cento e vinte quilômetros por hora. O rádio às alturas tocava algum antigo sucesso dos Rolling Stones. Quem a visse tomada por tal euforia, jamais poderia imaginar que não mais do que oito horas atrás estava num estado de absoluta insatisfação.

Levantou-se do sofá e caminhou até o quarto. De lá, trouxe uma caixa de tamanho razoável. Abriu-a sem dar uma palavra e foi retirando um a um todos os presentes que ele havia lhe dado em quatro anos de relacionamento. Quando acabou, secamente se pronunciou: tire-os daqui. Ele ficou atônito.

Dirigia agora calmamente. Estava chegando e não precisava mais ter tanta pressa. Apesar do atraso, conseguira estar lá em um horário bastante razoável, e não haveria de ouvir reclamações por causa disso.Estacionou o carro e desceu, caminhando logo até a entrada.

O rapaz não consegui acreditar no que estava acontecendo. Não iria ficar ali suportando tamanha humilhação por nada. Resolveu então mudar aquela situação. Foi até a estante e, enquanto ela permanecia sentada, observando-o, atirou ao chão tudo o que ali estava. Em seguida, abriu as gavetas da escrivaninha e revirou os papéis, espalhando-os por todo canto.

Tocou a campainha por três vezes, mas ninguém atendeu. Estranhando tal situação, puxou o telefone celular da bolsa e discou. Conseguiu ouvir o telefone tocando dentro da casa, porém não obteve retorno do outro lado da linha. As luzes do lado de fora estavam acesas, o que parecia ser um indício de que havia alguém lá.

Partiu para cima dele com raiva e tristeza. Sabia que tinha dado motivos para que ele tomasse uma atitude como aquela, mas mesmo assim sentiu-se injustiçada. Ergueu a mão e tentou dar-lhe um tapa na cara, no que foi prontamente impedida por outra mão, a dele. Gritava para que a soltasse e ele não parecia ouvir. De pé, permanecia ali a olhá-la, agora com uma estranha indiferença.

Tentou tocar mais duas vezes a campainha. Sem sucesso, optou por pular o muro e ver o que estava acontecendo. Os cachorros não latiram. Conseguia agora ouvir bem ao fundo uma música, algo como uma velha canção típica. Caminhou pelo pequeno terreno que separava o muro da porta da casa com certo receio do que pudesse estar acontecendo. Chegou até a janela e olhou para dentro da sala.

Ele virou as costas e foi embora do apartamento. Ela ficou jogada ao chão, chorando copiosamente. Em sua cabeça, a idéia de que algo precisava ser feito como resposta era pulsante e repetitiva. Não queria mais aquele cara na sua vida, e faria de tudo para que ele sumisse de vez.

Lá dentro, o ambiente não estava muito claro. Apenas a luz de uma pequena luminária preenchia a sala. Seus olhos, porém, avistaram uma cena que ficaria marcada para o resto da sua vida: o rapaz agarrava uma outra jovem por trás, ambos sem roupa. Deitaram-se no chão e iniciaram uma transa tórrida, a qual lhe arrancou lágrimas de indignação. Saiu de lá com pressa, visivelmente transtornada.

Ele nunca mais a procurou, ela também não. Por mais que um ou outro tivesse alguma recaída, mantiveram o distanciamento necessário para se tornarem apenas um ponto no passado, a sombra de uma relação conturbada e sem importância, no final das contas. Assim como devem ser todas as relações.

sexta-feira, dezembro 14, 2001

Saldo Final

Durante muito tempo eu procurei entender suas atitudes, seus sentimentos

Tentei ser paciente, ser mais compreensivo e aceitar que você podia estar confusa

Depois, sofri calado com as suas certezas, as quais descobri só existirem em relação a mim

Agüentei suas idas e voltas, sua inconstância e sua insegurança

Fiz papel de bobo, como todo apaixonado

Só que a partir de hoje isso não vai ser mais assim

Cansei do seu jogo, cansei de ser o palhaço nessa história toda

Não quero mais isso para mim

Você foi e ainda é muito importante para mim, é claro

Mas eu não mereço sofrer dessa maneira

E você não merece que eu sofra por você

Aliás, você nem merecia mais essas palavras

Só que eu ainda sou idiota a ponto de escreve-las

O que me consola é saber que uma hora isso vai acabar

Afinal, não há dor que demore tanto

Sabe, eu devia era deixá-la ir embora de vez

Esquecer que um dia você existiu para mim

Que é para ver se eu consigo ser mais feliz

Já que assim não está dando para viver

quinta-feira, dezembro 13, 2001

Estranhos

O sol começava a se pôr logo que ela chegou à praia. Uma brisa fresca amenizava o clima, e a quietudade que se instaurava naquele trecho isolado da orla lhe dava a calma necessária para organizar seus pensamentos.

Sentou-se na areia e passou a observar o mar. As ondas eram pequenas e raras, dando um aspecto de serenidade ao oceano, como se esse compartilhasse do seu atual estado de espírito.

Abriu sua bolsa e de lá tirou um pequeno baseado, o qual acendeu rapidamente. Deixou seu corpo tombar na areia. Deitada, sentia-se mais leve; tinha a sensação de que nada poderia lhe perturbar.

Permaneceu assim por alguns minutos, até que resolveu levantar e caminhar um pouco. Avistou a alguns metros um grupo de 3 surfistas sentados na areia e lhe pareceu ser interessante ir até lá. Assim o fez, despretensiosamente.

Dois dos rapazes foram para o mar logo que ela se aproximou. Um, porém, permaneceu sentado, olhando-a fixamente. Ela o cumprimentou de forma tímida, ao que foi respondida com um gesto para se sentar.

Durante poucos segundos um silêncio perturbador se fez presente. Enquanto ele observava os dois amigos tentando em vão arranjar uma boa onda, ela mantinha os olhos baixos, perdida em sua viagem particular. O sol já não se fazia mais presente e a noite anunciava-se com um céu limpo e estrelado.

- Me dá um beijo?

- O quê?

- Me dá um beijo?

- Cê tá maluco? Eu nem te conheço, garoto!

- Eu sei... por isso mesmo!

- Ha! O que cê tá achando que eu sou?

- Não tô achando nada. Só quero um beijo, só isso...

- Cê acha que é assim? Fala sério!

Ela se levantou bruscamente. O rapaz não tentou impedi-la, sequer disse uma palavra. Permaneceu sentado, observando o movimento do mar. Enquanto isso, ela se afastava dali, visivelmente incomodada com o que havia acabado de acontecer.

Os seus passos foram se tornando mais lentos aos poucos. Na sua cabeça, uma grande confusão se fazia agora. Apesar da forma com que foi feito, ela não podia negar que o pedido lhe havia deixado feliz. Estava sem alguém há um bom tempo, e tinha sempre a impressão de que não era desejada por ninguém. Mal ou bem, o que acontecera há pouco fôra bom para o seu ego.

Parou de repente. Olhou para trás e viu que o rapaz estava no mesmo lugar, na mesma posição. Os amigos pareciam ter desistido das ondas e conversavam animadamente sentados em suas pranchas na água. Caminhou decidida até ele, que mesmo com sua aproximação permaneceu com o olhar perdido no horizonte.

Sem que dissesse uma palavra, ela lhe deu um beijo afoito. O rapaz nada fez. Ela, confusa, surpreendeu-se com a atitude dele.

- Cê não vai fazer nada?

- Como assim?

- Cê não queria um beijo?

- Sim.

- E agora que eu resolvo te beijar cê faz isso?

- Isso o quê?

- Não reage, não faz nada!

- O que cê queria? Eu nem te conheço...

terça-feira, dezembro 11, 2001

É Isso Aí

- Já viu como a lua tá bonita hoje, Dani?

- Ah, nada demais...

- Como não? Olha lá, repara como ela tá brilhando...

- Você bebeu, Fernando? Foi isso?

- Que bebi o quê! Olha como ela tá linda...

- Sei, sei...

- Você não acha?

- Na boa, deixa de ser bobo...

- Bobo não... romântico!

- Ah, tá! E não é a mesma coisa?

segunda-feira, dezembro 10, 2001

Sem Título

Hoje eu queria te ver

Queria ouvir sua voz, falar besteira, deixar você me fazer um pouco mais alegre

Queria dizer que ainda te adoro demais, que você continua sendo muito importante para mim

Queria sentir sua presença, admirar seu sorriso e entender o que seus olhos tanto me dizem

Queria esquecer o quanto já sofri por você, perdoar tudo de errado e só tentar ser feliz contigo

Queria acreditar que ainda há uma chance pra gente, que tudo ainda pode melhorar

Queria dormir e acordar sabendo que você é minha, só minha

Queria não estar tão distante assim

Porque hoje eu tive vontade de você