tag:blogger.com,1999:blog-31514652024-03-08T06:24:37.509-03:00Rumo Ao Nadaporque nem sempre buscar sentido é o que deve ser feitoM. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comBlogger178125tag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-3205995873506989702015-09-23T19:38:00.004-03:002015-09-23T19:39:21.227-03:00Gramática pós-moderna
Eu queria escrever um texto sobre você, mas tudo foi tão rápido que só ficaram reticências, exclamações e interrogações.
E eu ainda tinha tantos verbos e adjetivos para contar a história de nós dois...
M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-65554956860373241012015-09-07T12:56:00.003-03:002015-09-07T15:15:39.556-03:00Infinitivos
Fumar era um hábito recente. No entanto, atropelava cigarros, viciando nas últimas 48 horas o tempo que perdeu. Insone. Nenhuma música o acalmava. O chão da casa pediria socorro se pudesse reclamar das pisadas incessantes de um lado ao outro. E a carta ali, em cima da mesa, esquecida entre o manuscrito de um livro que nunca teria coragem de publicar e um filme do Godard que jamais seria visto M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-37491437961561092292015-07-25T19:00:00.001-03:002015-07-25T19:00:55.270-03:00Filme francês
Foi estranho não reconhecer o olhar dela - não havia o brilho com o qual ele estava acostumado. Também foi estranho não reconhecer o sorriso - não tinha a alegria que costumava emanar. Talvez por isso as palavras não fizessem sentido, perdidas em gestos tão pouco familiares. O cheiro, é verdade, continuava o mesmo. Mas alguma coisa não estava no lugar. Ele ainda a observava com cuidado, confusoM. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-31305081074052728642015-06-30T19:29:00.001-03:002015-07-25T19:12:48.614-03:00Big Bang
Quando ela abriu um sorriso e perguntou "vem comigo?", o mundo era tão pequeno que só cabíamos nós dois. Lembro que, na hora, pensei que, com ela, qualquer estrada era rota certa, qualquer caminho levava ao mesmo fim. Seus olhos brilhavam tomados de uma alegria quase pueril, e dizer "não" era impossível. Respirei fundo. Senti meu coração bater acelerado. Ela me encarou uma vez mais e insistiu: M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-85850329427427432762014-12-23T20:33:00.000-03:002014-12-23T20:33:25.093-03:00Os ponteiros<!--[if gte mso 9]>
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M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-27826589025617636032014-11-06T15:19:00.001-03:002014-11-06T15:28:12.601-03:00Amar la trama*
Quando o poeta acordou e viu seus sonhos ruírem, decidiu que as palavras não poderiam cessar. Juntou seus cacos, enxugou suas lágrimas e abriu o peito num suspiro profundo. O coração (sempre ele) espasmava em batidas fracas de pedido de socorro, e a dor tomou conta quando já se pensava superar. Fez-se, então, poesia, preenchendo os versos com os sentimentos mais nobres. Dela pedia o olhar, o M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-83550869532422682402014-09-21T08:50:00.002-03:002014-09-22T20:53:27.070-03:00Intocável, infalível
Descobri, com a sua presença, que você nunca foi embora. Que meu coração ainda bate forte, que minhas mãos tremem e que minha respiração para só por causa de você. Que cada gesto seu me faz feliz, que seu olhar me acalma e que seu abraço me traz saudade. Que é por você que eu ainda gasto palavras, que guardo sentimentos e que crio ilusões. Descobri que é você quem não pode ir para onde eu não M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-84734654157768965182014-09-14T01:02:00.003-03:002014-09-14T01:09:10.342-03:00Lunar
A verdade é que eu te amo.
Assim, com poucas palavras, muito sentido e nenhuma dúvida.
Em prosa curta e direta.
Intenso.
Inteiro.
Ainda.
E só.
M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-9395894006837999682014-08-20T17:47:00.000-03:002014-09-14T00:56:14.098-03:00Penas
Quanto eu inventei você, havia um espaço que pedia desesperadamente para ser preenchido. Uma ausência do que não tinha sido que doía a cada esperança de que fosse, transformando o viver como um em tarefa da ordem do impossível. Foi assim que seu lugar fez-se lógico, ainda que nunca tivesse lhe pertencido. Eu só não sabia o que viria a partir daí. Tornei-me dependente dos seus olhos, da sua bocaM. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-46800755016278667032014-07-24T20:17:00.000-03:002014-09-14T00:56:25.224-03:00Dali
Eles eram abstratos. Cores pálidas, sons dissonantes. Andavam em caminhos tortos, com passos desordenados. Tinham pensamentos confusos - mas sorriam. Sorriam sorrisos de gente que sonha que a vida é fácil e que o amor é simples. Eram conta de resultado preciso. Paradoxo de dois contra tudo. Aí fascinavam pelas imprecisões e curiosavam pela beleza surreal-cubista. Ela era doce. Ele era vento. M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-40488727274629166162014-06-08T10:50:00.003-03:002014-06-08T19:04:35.962-03:00Simples
Ela
acorda sempre com um sorriso e coloca sua música favorita. Prende delicadamente
o cabelo, joga uma água no rosto e toma um chá. Parece dar cada passo com
prazer singular, vivenciando como único o mais simples momento. Quem a vê não
acredita que há maldade no mundo, que a vida pode dar errado e que as pessoas
são ruins. Tudo nela soa amor. É por ela que o sol surge, os pássaros cantam,
os M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-29839966040887833872014-04-05T21:09:00.000-03:002014-09-14T00:57:26.663-03:00Solitude
Da última vez que as palavras foram dela, escrever ainda era difícil. Sangrava um pouco a cada uma que aparecia no papel, deixando um pedaço de mim. O resultado, apesar de belo, era doloroso - uma sinfonia triste, feita em tom menor. Depois disso, a folha precisou ficar muito tempo em branco, uma história esquecida de um passado nem tão distante. Até que ela reapareceu por aqui, entre um M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-89023377896024568772014-02-23T16:44:00.002-03:002014-09-14T00:57:36.008-03:00Sobre Balões
Eu sempre soube que levaria um tempo para esquecer você. Não que você merecesse ou fizesse questão. Não que nossa história tivesse sido incrível, única. Não que eu não pudesse recomeçar depois de tudo. Simplesmente porque eu não queria. E, a gente sabe, quando se resolve não querer alguma coisa fica complicado. Foi assim que eu segui ressignificando meu espaço, colocando você em cada parte do M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-35637379698124525922013-12-15T21:26:00.001-03:002014-09-14T00:59:56.571-03:00Domingo, 22h20
Ela prendeu os cabelos mais uma vez e continuou a falar. Confesso que ali já era incapaz de entender qualquer palavra que saía por entre seus lábios - estava apaixonado por sua delicadeza, por aquela forma tão sutil de fazer cada ação. Imagino que eu não fosse o único. Era fácil render-se a ela. Sua pele branca, seus olhos levemente apertados, seu jeito tímido. Poderia passar horas olhando-a M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-49736064763450614502013-10-27T22:31:00.001-03:002014-09-14T00:59:10.604-03:00Filme Noir
Ele olhou pela janela e avistou o horizonte seco mais uma vez. Na casa, a música sublinhava seus pensamentos, pedindo textos que as mãos não queriam escrever. Fazia muito que não dialogava com os sentimentos, sua alma calada no esquecer de fazer pulsar vida ali dentro. Talvez faltassem as gotas de chuva no vidro, o vento frio percorrendo a espinha. Quem sabe alguma saudade, um desespero de M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-66009809543235361132013-08-10T18:12:00.001-03:002014-09-14T01:00:31.581-03:00Invernos
Durante muito tempo, eu pedi que você voltasse. Não suportava a cama imensa, o silêncio pela manhã, o café em apenas uma xícara. Doía. Assim, como para fingir que a lembrança não existia, passei a evitar algumas músicas, esconder seus bilhetes, renegar nossos filmes. Às vezes, escrevia palavras a esmo, como se elas fossem lhe alcançar e fazer você reencontrar seu lugar. Tolo, não entendia o queM. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-61552807784558126752013-05-12T21:17:00.003-03:002014-09-14T00:58:42.077-03:00Partir, andar, um lar, adeus<!--[if gte mso 9]>
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Ainda hoje, quando me lembro do seu silêncio ao meu lado, fecho os olhos e posso ver seu olhar calmo, sentir sua respiração forte em mim. Foi com você que aprendi a valorizar o não-dito, o compartilhar mudo, o estar junto por estar. Nunca te disse, mas foi. E essa é uma daquelas lembranças fortes que não sou capaz de apagar. Talvez por isso, desde que você partiu, eu tente preencher os espaços M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-77197577456708953412013-01-08T20:41:00.002-03:002014-09-14T00:58:24.257-03:00Do zero ao zero<!--[if gte mso 9]>
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Ela caminhou firme enquanto ele a via partir, já de dentro do carro. Não houve olhar para trás. Mas ele, como ninguém, sabia que tinha deixado o momento escapar.M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-39155203266614213052012-11-13T19:29:00.002-03:002013-01-08T20:55:25.878-03:00CandelabrosAs luzes acesas lá fora ainda são opacas, mas isso não me incomoda. Prefiro a boa música que ecoa em minha sala ou o frio que chegou precocemente em mim. Enquanto isso, a cerveja que você deixou à mesa apenas esquenta, junto com a vontade de que o seu retorno possa acontecer. Enquanto isso, você caminha na chuva, misturando as gotas com as lágrimas e fingindo sorrir. Quase tudo igual. Sempre M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-75338394044533495842012-10-13T14:14:00.003-03:002012-10-13T14:15:22.012-03:00
Pausa, descompasso
Por não poder chorar, ela fechou os olhos. Não devia ter mais do que 5 anos quando isso começou, fugindo das dores que a primeira queda da vida lhe ofereceu. Era apenas um balanço, era apenas um corte, mas já sentia, ali, que o mundo não era um lugar para sofrer. Agora, quando caía mais uma vez, não parecia disposta a se entregar ao sentir. Por isso, respirou fundo e M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-68763439718765300232012-08-21T19:59:00.001-03:002012-08-21T23:40:06.392-03:00Adiante
A porta
que ficou aberta depois que você saiu. A cama que eu não quis
arrumar depois da última noite que você esteve aqui. A música que
não posso mais ouvir. A foto que não posso olhar. Tudo que ficou no
lugar que não devia estar. Por isso, o silêncio reina aqui. Por
isso, as cores não conseguem chegar. Quanta perda de tempo. Não há
por que não facilitar. São dois passos para frente e M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3151465.post-31655326696143821892012-06-20T09:44:00.001-03:002012-06-20T09:46:27.475-03:00Deslizes
Então ele descobriu a dor do silêncio. Nunca havia ansiado tanto por palavras até se deparar com a frieza da mudez que dela emanava. Não era constante, verdade. Mas a cada vez que os sons desapareciam, sua alma se enchia de uma angústia que parecia não ter fim. Por isso, precisava falar. Dizia tudo o que pensava, o que sentia, o que sequer sabia sentir. E preenchia os vazios com toda M. Caldashttp://www.blogger.com/profile/15682686776059107617noreply@blogger.com