segunda-feira, abril 05, 2010

Pequena história de um só fim

Quando a última pedra se encaixou e a calçada tomou forma, os passos que foram dados ainda eram incertos. Terreno novo, pouco firme, toda cautela era necessária. Mas bastou que alguma segurança tomasse conta para que ele corresse como criança despreocupada que era, achando que não havia perigos em fazer aquela travessia. E então foi se afastando, sempre em direção ao infinito. Não havia pressa de chegar porque o fim parecia não existir.

Ele se via ao longe. Sentado, admirando aquele ímpeto que já fizera parte de si. A poltrona era confortável, o ar não parecia pesar. Em dado momento, virou apenas um ponto no horizonte. Sorriu. Hoje ele sabia o que o esperava depois da curva que ainda seria descoberta, alguns metros adiante. E tinha a certeza de que aquela corrida, aquele coração batendo rápido, aqueles olhos brilhantes, mereciam o destino que o esperava.

“Por que você não pára e brinca um pouco aqui comigo?”

“Um dia desses eu me caso com você...”

E foi assim. Não foi?