sábado, novembro 27, 2004

.viena.paris.rio de janeiro.

"6 anos podem ser 6 dias", era só o que ele pensava quando pousou a cabeça no travesseiro e tentou, em vão, dormir, naquela que seria a noite curta mais longa de toda a sua vida. Já era quase amanhecer quando a voz sumiu e ele passou a sonhar, ainda que seus olhos se mantivessem abertos. Mas não se importava. Havia redescoberto uma direção, encaixado as peças de seu quebra-cabeça existencial depois de uma interrupção abrupta e inexplicável. O outro lado continuava ali, e nada parecia absurdo. Ainda que o tempo tivesse sido tão impiedoso a ponto de manter o vazio existente por tanto tempo, era fácil continuar agora. Eram iguais a antes, ainda que diferentes por tudo. E ele sentia que algo não se perdera dali. O sentido se estabelecera com a possibilidade do reencontro a existir. Porque não faria sentido tudo acabar com um adeus ao entrar no avião.